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Visão de Gilberto Derze, fundador da Radix Investimentos: enraizando os investimentos verdes entre todas as camadas da população

"Possibilitamos que pessoas comuns possam ter acesso aos ganhos financeiros de investimentos florestais, e viabilizamos a ampliação das nossas operações em 2000% com o apoio de mais de 1000 investidores."
Gilberto Derze
Gilberto Derze, fundador da Radix Investimentos

1. Qual é a sua formação e experiência em soluções baseadas na natureza (SBN)?


Minha história com SBN se confunde com a história da empresa que sou fundador. A Radix foi criada para resolver um problema, que é a falta de financiamento para o desenvolvimento de atividades de reflorestamento de médio de longo prazo e democratizar os investimentos florestais. Dessa forma o que me liga ao setor é muito mais o empreendedorismo do que a formação profissional, uma vez que sou Bacharel em Psicologia, com pós-graduação em Engenharia de Software.


Com o passar do tempo, o que era negócio se tornou uma paixão e o que era um resultado de tornou objetivo. Muito mais do que números, hoje olhamos para pessoas, natureza, paisagens e evolução consciente.


2. Como você descreveria a proposta de valor da sua organização para alguém novo no setor?


A Radix é uma empresa que se utiliza de uma nova modelagem de financiamento para atividades de recuperação produtiva de áreas degradadas. Diferente da maior parte dos projetos, priorizamos o B2C ao B2B e assim atingimos e envolvemos um maior número de pessoas. Possibilitamos que pessoas comuns possam ter acesso aos ganhos financeiros de investimentos florestais, e viabilizamos a ampliação das nossas operações em 2000% com o apoio de mais de 1000 investidores.


Nossa missão é a de democratizar os investimentos florestais e nossos principais objetivos estão relacionados ao reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia, gerando riqueza através da produção madeireira de se outros produtos de base florestal. Acreditamos em uma silvicultura regenerativa, inequiânia e sucessional e no equilíbrio entre o ganho financeiro, desenvolvimento e sustentabilidade ambiental.


3. Quais são os números ou insights de mercado que mais te animam no espaço de SBN?


SBN são o caminho mais óbvio para a resolução de diversos problemas que vêm atormentando a humanidade. Além de uma necessidade de mudança urgente de hábitos, soluções que possam mitigar ou retroagir certos impactos gerados pela ação humana, são fundamentais.


O ponto positivo é que cada vez mais, diferente do cenário que tínhamos a 5 ou 10 anos atrás, hoje vemos diversas iniciativas conseguindo sair do papel, graças a financiamentos privados que começam a entender a peculiaridade e potencialidade dos negócios, além de compreender suas características que carecem da aplicação de um capital e energia paciente e resiliente. A maior evidência dessa mudança são as notícias que são publicadas a cada semana.


Os projetos são cada vez menos tímidos e as teses começam a se comprovar em campo, principalmente com as negociações de carbono em mercado voluntário.


4. Quais são as principais dificuldades ou travas que, se resolvidas, podem e têm contribuído para o crescimento das SBN?


O principal gargalo entendo que ainda seja a falta de compreensão e visão do mercado financeiro com relação às SBN, que ainda não enxergam os modelos como negócios propriamente ditos. Ainda se olha para o setor com um olhar de filantropia e não como oportunidades financeiras.


Dentro da tese da Radix, o mercado só terá abundância e fluência de recursos quandohouver a compreensão de que se trata de investimentos rentáveis, com riscos comuns a quaisquer outros investimentos, mas com ganhos socioambientais óbvios. O segundo gargalo está na própria operacionalidade dos projetos. A falta de desenvolvimento tecnológico e baixa estruturação da cadeia de fornecimento são travas naturais para o desenvolvimento dos negócios, muitas vezes travados ainda em processos manuais.


O processo de recuperação e mudança do uso do solo só ganhara escala quando alcançar o nível técnico e tecnológico de outras culturas como eucalipto, soja, milho etc.


5. Você pode ajudar a esclarecer ou contextualizar uma palavra/conceito no espaço SBN que você acha que é frequentemente mal compreendido?


Acredito que não existem construções efetivas de curto prazo. Soluções milagrosas, com resultados rápidos, tendem a ter seus efeitos limitados a um curto período, muitas vezes trazendo prejuízos maiores do que os benefícios gerados.


A mentalidade de curto prazo da sociedade, e que se intensifica ainda mais no Brasil, nos leva sempre pelo caminho mais rápido e mais simples, quando estamos lidando com questões complexas, desfazendo marcas que foram deixadas ao longo de séculos de ações humanas despreocupadas com o custo socioambiental de suas atividades econômicas. Não há como desfazer séculos de destruição em semanas, meses ou anos. O plano precisa ser sustentável no longo prazo.


6. O que você gostaria de compartilhar com a comunidade NatureHub Brasil?


Meu apelo é apenas por urgência e eficiência. Quando são divulgados números estratosféricos para financiamento de atividades ligadas a SBN, é preciso que se tenha urgência na aplicação desses recursos. É preciso esforço, flexibilidade, compreensão e resiliência para que esses recursos cheguem nas mãos dos empreendimentos e empreendedores que estão a frente de projetos de restauração no país, independente do tamanho e escala.


Além disso é preciso formar novos empreendedores para que o caminho seja menos pesado e é preciso eficiência na aplicação desses recursos. Nesse sentido é preciso que os atores desse movimento tenham menos medo de atuar em larga escala, não se intimidem com os grandes números e entendam o valor se suas ações e seus projetos.ática é enorme, o tempo é escasso e os investimentos efetivos são limitadíssimos.


 
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