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Já estruturamos mais de 400 organizações SBN em uma cadeia de valor que possui 12 segmentos, hoje apresentamos o segundo segmento - Investidores Institucionais 🧩
Neste post vamos apresentar:
Quem representa este segmento da cadeia de valor das SBN.
O que você encontrará no banco de dados NatureHub neste segmento.
Visão do especialista: um papo rápido com o Felipe Vignoli do Inter-American Development Bank (IDB) e o Laboratório de Inovação Financeira
Recomendamos que você acesse esse link e preencha o formulário de inscrição gratuita do banco de dados NatureHub para complementar a leitura abaixo 🌐
1. Quem representa este segmento da cadeia de valor das SBN?
No ano passado, vimos o lançamento de novos fundos de SBN (Inc. Axa, Unilever, Schroders), dedicados à regeneração da biodiversidade e à agricultura sustentável. Os fundos de impacto social existem há décadas, mas os fundos específicos para a natureza parecem estar ganhando força mais recentemente.
Isso está sendo acelerado por mudanças regulatórias, como a Task Force for Nature Related Disclosures (TFID), apoiado por 900 instituições financeiras com US$20 trilhões sob gestão. Muitos investidores experientes de SBN estão estabelecendo joint ventures com novos investidores em busca de fluxo de capitais e oferecendo mais visibilidade sobre essa nova categoria de investimento.
Mapeamos dois tipos principais de stakeholders, os 1) fundos de SBN e 2) os negócios de Advisory de SBN.
A diferença é que os primeiros captam e administram um fundo que aplicam dentro de um determinado prazo, normalmente gerando receita com taxas anuais de administração (1-3% sobre os ativos administrados) e participação nos lucros.
Os fundos podem ser focados em dívidas ou ações, trazendo diferentes estratégias de investimento e expectativas de retorno. Também o blended finance mistura fundos públicos do governo com financiamento privado.
Já o segundo tipo, os negócios de Advisory SBN, exploram oportunidades pontuais de investimento, sem fazer a gestão contínua de um fundo.
A realidade é que ainda existe uma grande lacuna em relação a outros tipos de investimentos, como por exemplo, projetos climáticos:
Fonte: NBS Capital for Climate
De acordo com a UNEP, aproximadamente USD 133 bilhões por ano são investidos em SBN (dados de 2020), enquanto os investimentos em climate finance chegam a quase USD 600 bilhões. Além disso, os dados mostram que os investimentos de capital privado correspondem a 56% dos projetos climáticos e apenas 14% dos projetos de SBN. Isso mostra que há uma nítida oportunidade de crescimento tanto absoluto nos investimentos em SBN, quando numa maior participação de investimentos privados nesse espaço.
2. O que você encontrará no banco de dados NatureHub neste segmento?
Hoje adicionaremos 63 novas organizações ao banco de dados, representando o segmento investimento institucional SBN (você pode acessar aqui).
Esse segmento representa 14% do banco de dados completo que a gente vai compartilhar durante 12 semanas.
Alguns destaques que encontramos:
29% dos organizações de investimento institucional SBN no banco de dados são baseados no Brasil
A maioria dos investidores está sediada na Europa (42%)
25% está nos EUA e outros investidores estão sediados na Austrália e em outros países da América Latina.
O investimento em SBN não é novidade no Brasil, com os principais atores sem fins lucrativos sendo a Amazon Fund e FUNBIO, operando em estreita colaboração com o BNDES por muitos anos.
Notavelmente, as empresas como Vale (Fundo Vale), Cargill (Land Innovation Fund) e BTG (Landscape Capital) lançaram seus próprios veículos, muitos dos quais estão oferecendo financiamento importante para projetos de SBN em estágio inicial.
Ficamos realmente impressionados com o desenvolvimento de alguns fundos de SBN fora do Brasil e recomendamos ler mais sobre 1) Mad Capital 2) Replant Capital 3) &Green 4) Impact Ag Partners 5) Cultivo.
3. Visão de especialista - Um papo rápido com o Felipe Vignoli @ IDB e Laboratório de Inovação Financeira (LAB)
i) Qual é seu papel e experiência no mundo das SBN?
Atuo com finanças sustentáveis, estruturação de fundos de impacto, avaliação ESG/Impacto e implementação de estratégia ESG em empresas há mais de 13 anos. Além disso, sou empreendedor, tento participado da fundação de duas empresas de tecnologia. Vejo que minha maior contribuição no campo das SBNs é a análise de modelos de negócios e a aplicação pragmática de tecnologias aptas a escalar soluções.
ii) Quais principais aprendizados você traz de sua trajetória no IDB e Laboratório de Inovação Financeira e como consultor na área de sustentabilidade?
No meu ponto de vista, vejo que o LAB ajudou a acelerar debates relevantes para o crescimento da segurança dos investidores. No LAB, utilizamos contribuição coletiva de especialista para avançar a regulação no mercado de capitais, tendo como exemplo as contribuições que vemos refletida na Resolução 59 da CVM. Além disso, propomos projetos piloto que testam, de fato, instrumentos inovadores, tal como o Blended Finance BNDES.
iii) Quais são os números ou insights de mercado que estão te deixando animados no mundo das SBN?
Mais de 23% de todas as emissões no mundo já estão cobertas por mercados regulados que realizam a precificação do carbono. Frente ao que temos hoje de mecanismos ou mercados regulados e voluntários de carbono, penso que é um movimento positivo que a humanidade já fez. No entanto, ainda temos muito a avançar para alcançarmos a meta de NET Zero.
iv) Quais as principais dificuldades ou gargalos que, se resolvidas, contribuiriam para o crescimento de soluções baseadas na natureza? Do ponto de vista da restauração e conservação, acredito que deveríamos temos mercados regulados de certificados de recebíveis ambientais e de biodiversidade, com mecanismos de transações internacionais que trouxessem segurança jurídica para investidores e participantes de mercado.
v) O que você diria para a comunidade Nature Hub Brasil? A Nature Hub Brasil tem o potencial de contribuir para um mercado ainda em formação. Isso demandará muito articulação intersetorial e testes práticos no mercado para que seja possível estabelecer bases sólidas para o empreendedorismo de SBN. Diria também para manter ativo as SBNs como motor de cidades mais resilientes para as pessoas morarem, além da restauração que devemos provocar no meio ambiente.
Esperamos que tenham gostado do segundo segmento!
Na próxima semana continuamos a jornada pela cadeia de valor das SBN com o segmento de soluções para créditos de carbono e biodiversidade.
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